Cristina Horta/EM/D. A Press | | Letícia Telles e os filhos Luiz Gustavo (E) e Vinicius: eles acham as roupas "legais". Só este mês, ela já comprou mais de 10 peças | Tem criança que parece que come fermento. Elas crescem e as roupas caras que as mães acabaram de comprar ficam curtas ou apertadas rapidamente. Mas, pelo pouco tempo de uso, não perdem o aspecto de novas. São essas peças bem conservadas que estão fazendo sucesso nos brechós infantis que estão abrindo as portas em Belo Horizonte.
Reduzir, reciclar e reaproveitar é o lema, por exemplo, do brechó e ponta de estoque infantil Petit Luxe, que foi inaugurado no início do mês na Savassi. A estilista Nina Leite, que já foi dona de marca de roupas para crianças, ainda não tem filhos, mas descobriu que o filão era pouco explorado na cidade e decidiu apostar no mercado voltado para os pequeninos. “Sempre observei mães reclamando que gastavam uma nota com as roupas dos meninos que cresciam e acabavam perdendo tudo rapidamente”, conta.
A economia com a compra de roupas infantis fica, em média, em 70%, na comparação com os preços observados em lojas convencionais. Em alguns casos, o gasto pode ser ainda menor, se trocas forem feitas no processo. A gerente comercial Letícia Telles, de 28 anos, já se transformou em uma adepta de brechó infantil e fica encantada com as roupas que garimpa para os filhos Luiz Gustavo, de 7 anos, e Vinícius, de 2. Ao mesmo tempo que compra peças mais baratas, leva para o brechó aquelas que já não servem nos meninos. Só este mês, ela já adquiriu 10 itens. Nina explica que mães e pais deixam as roupas em consignação e recebem um crédito. E podem gastar esse montante adquirindo outras peças.
“Tem roupa legal”, garante Luiz Gustavo, enquanto experimenta uma calça e uma camiseta. O irmão menor, Vinícius, gostou da jaqueta de couro da Disney. Para a mãe, os brechós infantis são interessantes porque as roupas têm pouco tempo de uso. “Nos de adultos, o desgaste é muito maior”, observa.
O investimento que Nina e seu sócio Raul Vieira fizeram foi de cerca de R$ 15 mil. As primeiras peças ela trouxe de brechós do Rio de Janeiro e de São Paulo, que serviram de inspiração. Mas já tem roupas que clientes deixaram na loja. Uma de suas primeiras compradoras foi Clarice Portugal Mendes, de 8 anos. “Deixei meu tênis All Star e levei uma blusa”, conta a menina, que se encanta com as opções que encontra no brechó. A mãe da garota, a fonoaudióloga Ana Maria Portugal, conta que, em tempos de consumo consciente, comprar em brechó é, inclusive, educativo. “É bom reutilizar, reinventar e também economizar”, afirma. Ela diz que comprou várias peças novas para Clarice em janeiro. “Em julho, já não serviam mais”, lembra.
NECESSIDADE
Em brechó, um vestido da marca Jacadi (para bebê de 9 meses) sai por R$ 53. Na loja, ficaria em R$ 170. Já uma jaqueta de couro Disney (para menino de 3 anos), de R$ 64, não custaria menos de R$ 150, se fosse nova. E um short Ralph Lauren unissex sai por R$ 35, ou perto da metade do valor de uma peça com a etiqueta de fábrica. |
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